sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A cidade do carro

Já tentou fazer uso de Brasília sem carro? Se não,você escapou de muito transtorno e desespero, pois os que já precisaram e precisam devem saber bem o que é sofrimento. Jucelino quando resolveu fazer Brasília brotar no meio do nada, quiz agradar às montadoras dos EUA e montou um autódromo em grande escala. E por falar em escala , a escala arquitetônica e Urbanistica da cidade foi feita adivinha pra quem ???? Para o carro!
Pedestres??? Todos serão ricos e felizes na passárgada brasileira e terão carrinhos fofos, lindos com cheirinho de novo em suas garagens. O plano piloto deveria ter sido planejado em forma de nave espacial e não de avião, porque conceberam uma cidade de outro planeta. Esquecem que o pobre lascado que limpa os banheiros dos departamentos e demais setores administrativos, precisa andar embaixo do sol causticante do semi-deserto brasiliense até uma remota parada de ônibus e rezar muito para que chegue o transporte público que passa de hora em hora.Vale ressaltar que ele sai de uma cidade satélite onde o vento nem chega pra fazer a curva e precisa de um metro e um ônibus e muita canela disposta a caminhar. Esse aspecto é bastante segregador, os diplomatas e cia quando chegam a capital federal vêm tudo lindo e maravilhoso, pois a pobreza ta jogada nos fundos do avião, margeadas por violência e falta de infra-estrutura, os problemas que não se vê no plano piloto pode procurar nas cidades satélites que você encontrará, isso é segregar, algo bem paradoxal para uma lugar que representa a democracia da nação. Ai eu me pergunto: será que uma cidade planejada tem que necessariamente segregar?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Cidade

As cidades brasileiras vêm crescendo absurdamente nos últimos anos, o páis como um todo, mais do que nunca, está sofrendo mudanças radicais, no entanto os equipamentos e a malha urbana acompanham em ritmo descompassado. O resultado desses ritmos diferenciados é visto por todos nós em forma de engarrafamentos, verticalização excessiva, violencia entre tantos outros que produzem o famigerado caos urbano. É verdade que a cidade sempre foi referencial de conturbação e dinamismo, mas existem os "níveis aceitáveis desse caos", se é que assim pode-se dizer.
Por questões obvias de seu funcionamento, as grandes cidades não podem abrigar a calma e o bucolismo das regiões rurais, o que não significa que elas devem ser um lugar agressivo, desconfortável; ela pode conter dentro de sua própria dinâmica mecanismos que amenizem o caos que gera. É uma questão de logística, pois se queremos gerar mais riquezas, precisamos fazer com que o produtor seja mais eficiente. Uma cidade agradável de se viver, independentemente de seu tamanho, possui habitantes menos estressados e por tanto mais eficientes; nesse contexto entra o planejamento urbano que muitas vezes só entra em cena para tentar reparar os problemas existentes por falta de um planejamento prévio.
Boa parte dos brasileiros nao tem a noção da grandeza de um país como o Brasil, apesar de todos os seus problemas. Temos grandes centros urbanos, que por mais deficientes que sejam, são polos importates, geram riquesas e distribuem-se de maneira razoável pelo país: Manaus e Belém (Norte); Fortaleza, Recife e Salvador (Nordeste); São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte (Sudeste); Brasília e Goiânia (Centro-Oeste); Curitiba e Porto Alegre (Sul).
O urbanismo precisa deixar de ser uma conversa de mesa de bar que se debate e não chega a lugar algum. É preciso olharmos para nosso contexto histórico-cultural e deixar de importar as concepções e de arquitetura internacionais, não é ignorar as ideias e as culturas estrangeiras, mas é saber interpretá-las e adaptá-las à nossa realidade para conseguir resultados satisfatórios.